A presidente Dilma esticou a corda com o PMDB na base do pagar pra ver, mas pode ter estartado dentro do partido uma tendência que nem Temer poderá reverter. O partido cobra tratamento proporcional a sua importância e Dilma insiste em tratar quem comanda o Senado, a Câmara e a maioria dos municípios brasileiros como se tivesse lidando com um aliado qualquer.
Foi o PMDB quem viabilizou a chegada de Lula ao poder e também pode ser o PMDB o partido que impedirá o PT de continuar governando o Brasil. Para isso, basta que nesta reunião de cúpula amanhã gente como Sérgio Cabral, Eunício Oliveira, Sarney, Renan Calheiros e Henrique Alves fechem questão pelo desembarque imediato.
O PT sabe que não vence a eleição sem o PMDB, mas insiste numa queda de braço que traz desgaste desnecessário para ambos.
Ter a chave do cofre é importante, mas não é tudo. A Vitória de uma coligação é mérito de todos e não apenas de um. E sem o PMDB Dilma não se reelege, pois para onde ele pender desequilibra o jogo, pois tem tempo de guia e força política.
Se Dilma insistir no erro pode jogar o PMDB nos braços de Aécio Neves, que lambe uma rapadura para ter os peemedebistas como aliados, pois essa reviravolta consolidaria uma aliança gigantesca em todo o país, forte no campo, forte nas cidades, que lavaria o mineiro para o segundo turno e deixaria Eduardo Campos como esteira.
E aí sim poderia mudar a conjuntura aqui na Paraíba, não por que Cássio quer, mas por que ao indicar o vice de Aécio o PMDB pediria a cabeça de chapa em alguns estados e entre eles estaria a Paraíba, o Rio de Janeiro e o Ceará.
Com um paraibano no olho do furacão, é a indicação do deputado Vital do Rego para o Ministério da Integração quem tá gerando o impasse, pois Dilma aceita Vital, mas não aceita ceder mais um ministério para o PMDB.
Acredito que PMDB e PT vão se entender, mas se o caldo entornar esperem já para esta quarta feira a sinalização de que o PMDB quer romper com Dilma.