Não tenho como deixar de manter o foco no PMDB e nas manobras do presidente e senador José Maranhão para continuar dando as cartas, apesar de não liderar mais como pensa que lidera e por um motivo simples. O PMDB virou uma panela de pressão e enquanto cozinha só para a família, as bases chegam ao limite.
Estou mentindo se disser aqui que o senador não representa mais nenhuma perspectiva de poder? Como também não estou se disser que o PMDB caduca, perde o time e anda com o freio de mão puxado se mantiver Maranhão no comando.
Por exemplo, o maior foco do seu presidente nesse momento é arrumar uma vaga para a sobrinha na Assembleia. De outra parte costura uma escada para a esposa, desembargadora Fátima Bezerra, ascender ao STJ.
Com uma pauta familiar dessas o que sobra para os aliados políticos? E por isso mesmo o PMDB tem perdido lideranças como nenhum outro partido.
Volto a repetir o caso de Pombal e lá todo mundo sabe que a maior liderança é Verissinho e ponto final. Será que Verissinho vai ficar no PMDB? Apesar de ter votado em Maranhão para senador, o que garante a ele que daqui para as convenções em troca de uma dessas pautas familiares Maranhão não lhe tome o partido?
O que o deputado Gervásio Maia disse a colunista do Correio, Lena Guimarães, é profundo. Após uma reunião tensa em Brasília em que participaram Manoel Júnior, Maranhão e Veneziano, ficou esse último na incumbência de convencer Gervasinho a não deixar o PMDB, após a notícia de que o acordo de rodízio não seria cumprido.
Veneziano teria procurado Gervásio e feito o apelo e dele teria ouvido o seguinte: “Veneziano, se você conseguir que o PMDB abra um travesseiro de penas na mais alta torre de igreja de João Pessoa, depois de contar cada uma, e se em seguida conseguir reunir todas, eu aceito”.
Gervásio e Veneziano sabem que o PMDB está se desintegrando pelo estado e que o próprio Maranhão está tirando os aliados de ambos dos diretórios municipais. Fechar os olhos para o que está acontecendo seria um erro histórico de ambos.
Maranhão não impõe o rodízio acertado com medo de o próximo rodízio ser no diretório estadual, onde se aboletou e só sai quando convocar uma reunião e só aparecer Antônio Sousa e Olenka, o contador e a sobrinha.
Quando será que Veneziano, Gervásio e Manoel Júnior terão coragem de tirar o PMDB do plano familiar e trazer o partido do Altiplano para a Beira Rio?